
Retrofit Precoce
Nem bem ficaram prontos e mergulham em retrofits. Essa é a nova realidade de parcela expressiva dos imóveis corporativos, planejados, construídos e lançados nos últimos 10 anos.
A maioria, quando planejada, estava impactada pelos ventos de uma economia próspera e pujante, mas, às vésperas do debacle. E, simultaneamente, começava a ganhar corpo uma nova economia, onde a forma de trabalho e de organizar, onde o conceito de espaço e os valores que deles se esperam, mudaram radicalmente.
Isso posto, prédios lançados no final da década passada e início desta década, portanto prontos há 5 ou 6 anos no máximo, ingressam em processo de RRP – Retrofit Radical Precoce.
Retrofit, até ontem, e segundo o entendimento de todos, é uma tendência na arquitetura e que envolve o movimento do novo design, que ressignifica antigas e envelhecidas construções, passando por uma atualização radical.
Muitas vezes, aproveitando componentes arquitetônicas datadas, especialmente nas fachadas, mas completamente refeitas internamente. Em equipamentos e espaços.
Velho, antigo, querido e admirável por fora, e radicalmente moderno, por dentro.
Até anos atrás, incorporadoras e proprietários de edifício corporativo davam de ombros e diziam que não estavam preocupadas com milhares de pequenas empresas migrando para diferentes modalidades de coworks.
Mas, e de repente, as grandes corporações passaram a entender que muitas das atividades e funções, muito especialmente as direcionadas a inovação e ao futuro, não poderiam nem habitar e nem conviver em culturas ultrapassadas e velhas. Contaminação inevitável. Morte, na partida.
E se decidiram por espaços menores, para pequenos grupos, e sempre que possível, com o benefício de compartilhamento com outras empresas e profissionais.
Assim, a mais tradicional empresa do território dos coworks, que nasceu 3 décadas antes, a Regus, e que tem 74 escritórios no Brasil, registrou um crescimento de 100% na procura, nos últimos dois anos, e pelas grandes corporações.
Em dois anos, as grandes e tradicionais empresas passaram a ocupar 30% dos espaços disponíveis, contra 5% de 2017. Dentre outras, e nos espaços da Regus que também precisaram passar por correções, a Petrobras, Ford, Amazon, Uber…
No Wework Brasil o mesmo registro. Hoje 30% dos espaços são ocupados por grandes empresas. E no Co.W., presidido por Renato Auriemo, a situação se repete. De 7% das grandes empresas ocupando os espaços em 2016, para 60%, hoje. Dentre outras, Oracle, Unilever, Carrefour.
Foi assim, como dizia a música gravada por Miltinho, nos anos 1960. “A lâmpada apagou, a vista estremeceu”, e quando todos voltaram a ver… Existe uma nova realidade. Ou, e se preferirem a legendária Gertrude Stein, “não existe lá mais ali!”.
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