- Em 14 anos de atuação, o Grupo Cultura do Guetto somou mais de 30 obras coreográficas e cerca de 100 jovens se profissionalizaram em áreas artísticas. Foto: Reprodução/Facebook
O Grupo, que ao longo dos 14 anos de atuação, realizou a criação de mais de 30 obras coreográficas, profissionalizando cerca de 100 jovens se em diversas áreas artísticas, tem participação considerável no cenário e mercado de Belo Horizonte. Por este motivo, o Cultura do Guetto é considerado uma porta de entrada para o meio da dança na capital mineira, além de ser referência na difusão da cultura das danças urbanas no estado e no país.
Tudo foi feito utilizando espaços públicos, como praças e escolas de ensino regular, até chegar na consolidação da própria sede, localizada na região Noroeste da capital. Em 2019, o Grupo Cultura do Guetto recebeu duas premiações importantes: Prêmio Leda Maria Martins de Artes Cênicas com o espetáculo “EXIT” e Prêmio de Honra ao Mérito, destinado a integrantes do Movimento Hip Hop, em Belo Horizonte.
- Cultura do Guetto foi um dos premiados no Prêmio Leda Maria Martins de Artes Cênicas, em 2019. Foto: Reprodução/ Facebook
Atividades de capacitação e qualificação em Danças Urbanas
Para organizar a estrutura de seus integrantes e atuação, o Grupo Cultura do Guetto está estruturado em 4 eixos. Cada eixo é direcionado para uma atividade, como desenvolvimento, atualização e aperfeiçoamento na formação em danças urbanas, sendo eles:
Eixo CDG F.O.R.C.E (33 integrantes)
O eixo do grupo que atua na formação em Danças Urbanas utilizando as linguagens: Hip Hop Dance, House Dance, Dancehall e Floorworks, onde também emprega a dança como ferramenta educacional e social, ou seja, além de trabalhar a formação em Danças Urbanas, possui cunho inclusivo, igualitário e educacional, atendendo em sua grande maioria, pessoas em situação de vulnerabilidade social.
Eixo Grupo de competição (24 integrantes)
Responsável por levar trabalhos coreográficos do Grupo aos palcos de festivais competitivos. O eixo já conquistou mais de 30 primeiros lugares em festivais em todo o Brasil, além de três prêmios especiais de melhor coreografia no Festival Internacional de Hip Hop e três primeiros lugares conquistados nos anos de 2018 e 2019 no Festival de dança Joinville, maior festival de dança do mundo segundo o Guinness Book.
Eixo CDG Freestyle (10 integrantes)
Tem como finalidade o desenvolvimento no campo da improvisação (Hip-Hop Freestyle). Em seu conteúdo programático, além de contemplar várias áreas do Hip-Hop Freestyle, aborda o desenvolvimento de cada participante utilizando 4 elementos: fundamento, musicalidade, flow e criatividade. Como parte do processo de finalização de cada ciclo, os(as) integrantes do grupo desenvolvem trabalhos de conclusão.
Eixo Grupo artístico (8 integrantes)
É o segmento profissional e tem como objetivo principal a criação, concepção e apresentação de trabalhos autorais em Danças Urbanas. O eixo surgiu a partir de reflexões sobre novas possibilidades de trabalho para os(as) integrantes e desenvolvimento profissional dos trabalhos coreográficos, com a perspectiva de extrapolar o campo dos festivais competitivos e ocupar novos espaços com trabalhos de grande porte;
Cerca de 900 pessoas já passaram pelo grupo. Infelizmente, por falta de apoio financeiro, muitos tiveram que abandoar o Grupo ao longo dos anos, embora declarassem abertamente o amor à dança.
Além do valor do aluguel e das contas básicas para funcionamento das atividades – pagos por rateio por integrantes-, fica por conta de cada integrante arcar com despesas de transporte e alimentação. “O impacto gerado por todos esses gastos vai diretamente de encontro à continuidade dessas pessoas nas atividades oferecidas”, declara Gladstone.
Histórias
Ao longo dos anos, o Cultura do Guetto se confunde com uma verdadeira família. Para Camila Regina, integrante do Grupo desde 2018, a palavra que define o significado da iniciativa é gratidão. “Entrei no Cultura do Guetto através do Gladstone, além da admiração e respeito que tenho por ele, o vejo como inspiração como pessoa e como mentor”. O incentivo recebido no Grupo é peça-chave para que o projeto continue vivo, diz a dançarina: “Tive muitas dificuldades por motivos familiares, psicológicos e financeiros. As pessoas que fazem parte do Grupo me ensinaram a ser forte, a ter o amor pela vida de novo, retomar a esperança de ser alguém melhor e mais forte. Costumo dizer que o Grupo Cultura do guetto é minha vida, um presente de Deus, é um grupo de guerreiros. Tudo o que fazemos é movido por força de vontade”.
- Integrantes do Grupo Cultura do Guetto. Foto: Reprodução/ Instagram
Para manter o grupo ativo, os próprios integrantes fazem movimentações para garantir a receita do Cultura do Guetto. “Trabalhamos em semáforos, vendendo bombons para arrecadar dinheiro e arcar com gastos de viagens para competições, além do aluguel e gastos mensais fixos”, aponta Camila.
Lives
Aproveitando a oportunidade de mostrar ex-integrantes que marcaram a história, o Cultura do Guetto está promovendo lives com participação de dançarinos que passaram pelo Grupo. Nesta segunda-feira (20), acontecerá uma live com a professora e dançarina Bianca Souza e o fundador da Game Over Crew, Rodrigo Cisco. A live será transmitida no perfil do Instagram do Cultura do Guetto, às 19h:
Expectativas 2020/2021
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- Ampliar as atividades de formação ofertadas gratuitamente, viabilizar e garantir a inclusão de crianças nas práticas artísticas e de educação através das aulas gratuitas de Street Dance, Ballet e Circo;
- Realizar a cobertura dos gastos para dois profissionais que atuam na gestão executiva e parte pedagógica do projeto, a fim de assessorar os procedimentos administrativos e operacionais nas diversas etapas de realização da proposta que está sendo apresentada;
- Garantir a remuneração dos 04 (quatro) professores e professoras que são integrantes do Grupo Cultura do Guetto que vão atuar de forma direta na formação educacional das crianças atendidas.
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